O ser humano é vulnerável, todas nós temos vulnerabilidades, afinal não somos super heroínas sem sentimentos ou emoções. Nossas vulnerabilidades não são sinônimos de fraqueza!
Então porque quando vamos falar delas, falamos que somos “fracas”? Para falar sobre este assunto, me baseei em uma pesquisadora chamada Brené Brown. Quando vamos falar sobre vulnerabilidade, estamos também falando da vergonha. A vergonha é o medo da desconexão com alguém. A vergonha é uma emoção que diz “há algo sobre mim que se as pessoas verem ou saberem fazem com que eu não mereça conexão”. O que mais se pode falar sobre a vergonha? Ela é universal! As pessoas que não são capazes de sentir vergonha também não sentem empatia ou conexão humana. A base da vergonha é a vulnerabilidade dilacerante. É a falta eterna, a sensação que sempre está faltando algo. Não sou bonita o suficiente. Não sou magra o suficiente. Não sou inteligente o suficiente. Não sou rica o suficiente. Não sou promovida o suficiente. etc, etc, etc.. A vulnerabilidade e a vergonha têm muito a ver com o senso de merecimento. O que nos mantém fora da conexão é o nosso medo de que não sejamos merecedoras da conexão. Mas como ter esse senso de merecimento? A diferença das pessoas que tem um senso de merecimento, para as que lutam em ter, é que as primeiras acreditam que são merecedoras de amor e pertencimento. Elas tem coragem de serem imperfeitas, de serem vulneráveis. Têm compaixão e são gentis consigo mesmas primeiro, para depois ter compaixão pelo outro. Para se conectar é preciso estar disposta a deixar ir quem você pensa que deve ser a fim de ser quem você é! Isto não é nada fácil, abraçar a vulnerabilidade completamente, deixar de lado a busca pela perfeição é uma tarefa árdua. Pessoas que aceitaram esse desafio não entendem a vulnerabilidade como algo confortável, mas como algo necessário. Podem ter vontade de dizer “eu te amo” primeiro. Vontade de fazer coisas que não tem nenhuma garantia. Estarem dispostas a mergulhar num relacionamento que poderia ou não funcionar. Aceitam a vulnerabilidade de suas escolhas. A vulnerabilidade é o centro da vergonha, do medo e da luta pelo merecimento. Mas também é o local de nascimento da alegria, da criatividade, do pertencimento e do amor. Precisamos parar de buscar a perfeição! Aceitar-se! Porque uma mãe ao olhar para o seu bebê recém nascido, acha que sua obrigação é planejar o melhor futuro para ele? Essa não é a obrigação dela! O futuro do seu bebê não a pertence e nem está sob seu controle. O que ela poderia fazer então? Poderia dizer-lhe que é imperfeito, mas que está pronto para ir a luta e que, independente da sua imperfeição, ele merece amor e pertencimento. Talvez se nós tivéssemos escutado isso algumas vezes durante nossa vida, não estaríamos nesta busca constante pela perfeição inexistente. Deixemos então ser vistas, vistas profundamente, vistas vulneravelmente. Amar com todo o nosso coração, mesmo sem garantia. Sentir paixão mesmo quando nos perguntamos “Será que posso sentir isso tão intenso assim?”. Parar de catastrofizar e ser apenas grata, porque, sentir-se tão vulnerável significa apenas estar viva. A partir do momento que você acreditar que é suficiente, você irá parar de gritar e começará a escutar. Nós somos mais gentis e bondosas com os outros do que com nós mesmas, mas isso deve mudar. Leia também sobre: pensamentos sabotadores Texto retirado de ReCriando Psicologia & Psicopedagogia - www.psicologocognitivo.com.br
1 Comentário
Sandra Brito
12/3/2016 02:41:23 am
Adorei. As vezes passamos pela vida e nao refletimos sobre nossos medos. Medos de não sermos perfeitas para essa sociedade machista e preconceituosa.Obrigada por fazer com que eu reflita sobre meu pensar.
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Fernanda Almeida Pedroza
Psicóloga e Psicopedagoga CRP 08/21395 Histórico |